Se Wilson Witzel alimentava a esperança de voltar ao governo com chicanas jurídicas para se beneficiar do decurso de prazo, pode colocar a barba de molho. O depoimento do empresário Édson Torres, hoje no Tribunal Misto, é devastador para da sua reputação. Diante das revelações, seria um escárnio a volta do acusado ao comando do governo.
Como antecipou o colunista Lauro Jardim, de O GLOBO, Torres confirmou que entregou pessoalmente a Witzel recursos da ordem de R$ 980 mil antes mesmo de ele assumir o cargo. Valores que seriam usados para as despesas pessoais de Witzel após largar a magistratura.
Disse ainda que a “caixinha” da corrupção chegou a algo próximo de R$ 55 milhões. Sobre a divisão dos valores, disse:
- 15% pra mim , 30% Edmar , 15% para o Vitor Hugo e 40% para Everaldo, que repassava parte a autoridades do governo.
Edson Torres confirma ainda a indicação de Hélio Cabral para presidir a Cedae e Gabriel Neves para a subsecretaria de saúde.
Leia a nota de Lauro Jardim:
O depoimento que o empresário Edson Torres está prestando neste momento no Tribunal Misto, que julga o impeachment de Wilson Witzel é devastador para o governador afastado.
Torres, que é dono de uma empresa de segurança, acaba de confirmar que entregou pessoalmente ao então juiz Witzel recursos para o seu uso pessoal, que somaram R$ 980 mil. Foi quando respondeu à uma pergunta do relator, o deputado Waldeck Carneiro. Esse valor seria para as despesas de Witzel depois de largar a magistratura.
A respeito de corrupção, Edosn Torres foi explícito:
— A caixinha de propina arrecadou de R$ 50 a 55 milhões.
E afirmou que o pastor Everaldo, presidente do PSC, ficava com 40% do valor arrecadado para distribuir a integrantes do governo.
Afirmou também indicou Hélio Cabral para presidir a Cedae e chancelou a nomeação do ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves.